Dança criativa e jogos na pré-escola: da solidez à fluidez
Veja como a professora Cristina Mara da Silva Corrêa trabalhou a dança, o movimento e os jogos tradicionais com a turma da pré-escola
Objetivos
- Ampliar o repertório de brincadeiras tradicionais e jogos de criação em dança;
- Pesquisar entre os adultos que trabalham na creche (ou na escola) brincadeiras com pedras por meio de entrevistas;
- Aprender a fazer registro audiovisual;
- Conhecer diversas brincadeiras e transformá-las em dança;
- Conhecer um grupo de artistas contemporâneos que usam pedras e água em suas obras;
- Explorar as formas corporais, o volume, as direções, os caminhos e as trajetórias no espaço a partir das imagens das obras de arte e dos elementos água e pedra;
- Construir uma dança a partir das brincadeiras com as pedras.
Conteúdos
- Pesquisa sobre brincadeiras;
- Elementos da dança: os espaços cênicos, as trajetórias espaciais, a construção de formas corporais e as ações corporais;
- criação e composição de gestos e movimentos expressivos;
- contato com alguns artistas contemporâneos.
Faixa etária
5 a 7 anos.
Tempo estimado
4 a 6 meses, com uma atividade semanal.
Material necessário
- pedrinhas de diferentes tamanhos e cores.
- máquina fotográfica digital com câmera de vídeo.
- aparelho de som.
- computador com um programa de edição de vídeo.
- CDs com músicas diversas (tanto para dançar quanto aquelas mais tranquilas, para relaxamento).
- música Pedrinha Miudinha, de Mestre Ambrósio, no CD Fuá na Casa de Cabral.
- música Pé com pé, de Palavra Cantada.
- música Cello Suites, de Bach, com o violoncelista Yo Yo Ma.
- Som da Chuva - Para Dormir e Relaxar.
- imagens com algumas obras dos artistas: Richard Long, Lygia Clark, Amélia Toledo, Laura Belém e Laura Vinci.
Sugestões links para pesquisa sobre os artistas/obras:
https://sites.google.com/site/landandart/artists/escultor/richard-long-1http://www.pacodasartes.org.br/exposicao/assimeselheparece.aspx
http://anaviaja.blogspot.com.br/2010/11/agua-na-oca-boa-praca-laura-vinci.html
http://www.lygiaclark.org.br/biografiaPT.asphttp://www.itaucultural.org.br/aplicexternas/enciclopedia_ic/index.cfm?fuseaction=artistas_biografia&cd_verbete=2566
- livro Das viagens do Juca pela natureza, Amélia Toledo. Editora Iluminuras, 2008.
- imagens (em fotos ou em vídeo) de cachoeiras ou de rios
- barbantes, elásticos, tecidos, almofadas
- instrumentos musicais e objetos sonoros que remetam aos sons de água, floresta e pedras rolando.
Desenvolvimento
1ª etapa
Leve algumas pedrinhas para a sala, converse com as crianças sobre quais brincadeiras elas conhecem com esse elemento, como amarelinhas, 5 pedrinhas ou 5 Marias. Apresente a brincadeira Escravos de Jó, da forma tradicional como se brinca, e também proponha outras formas de brincar, como em roda (todos de mãos dadas, pulando e se movimentando coletivamente, conforme a letra da música) e como brincadeira de mão (em que os participantes batem suas mãos na do colega, respeitando algum ritmo e ordem dos movimentos). Depois, peça para as crianças trazerem pedrinhas de casa - elas ficarão em uma caixa na escola.
E atenção: registre com fotos e pequenos vídeos todas as etapas, desde esta primeira. Isso vai ser útil para analisar o processo e também para colaborar para a construção da coreografia que finaliza o projeto.
2ª etapa
Inicie a atividade com uma roda de conversa. Nela, cada um poderá contar a história da pedrinha que trouxe. Em seguida, desenhe algumas amarelinhas no chão do pátio e mostre cada uma delas, ensinando suas regras. As crianças devem passar por cada uma delas e depois podem escolher a que mais gostou para jogar, usando as pedrinhas trazidas.
Oriente que as crianças perguntem aos funcionários da creche (ou escola) sobre as suas brincadeiras de infância, e em quais delas utilizaram pedras.
Para isso, organize as crianças em pequenos grupos e construa um roteiro para as entrevistas, com itens como:
- nome da pessoa entrevistada;
- o local onde morou;
- se brincou com pedras;
- quais brincadeiras conhece;
- com quem brincava;
- como era a brincadeira.
Explique que os grupos vão se revezar para usar o equipamento de filmagem, e explique o seu funcionamento. Distribua tarefas dentro dos grupos. Em paralelo, selecione os entrevistados e organize as conversas em horários fora da atividade de dança.
3ª etapa
Neste momento, a intenção é que as crianças brinquem com as pedrinhas sobre o corpo.
Para criar um clima de relaxamento, coloque músicas tranquilas e converse calmamente.
Cada criança deve escolher uma pedra na caixa e fazer uma massagem nos pés: em pé, diga que soltem o peso do corpo sobre a pedra, abrindo as articulações dos pés e dos dedos. A seguir, proponha que caminhem transportando e equilibrando as pedras em diferentes partes. Coloque uma música mais estimulante e transforme a caminhada numa dança com as pedras em que seja desejável variar o uso do espaço da sala, ora explorando toda sua área, ora dançando no mesmo lugar. Sugira que façam movimentos nos níveis: alto (acima da linha do ombro), médio (próximo a altura da cintura) e baixo (abaixo dos joelhos).
Finalize o encontro propondo um relaxamento: usando pedrinhas, um sobre o corpo do outro, diga que façam pequenos caminhos sobre os ossos e movimentos com toque sutis. Esta é uma atividade que requer muita concentração, percepção corporal e cuidado com o corpo do outro. Por isso, converse com as crianças sobre as sensações corporais e repita esta atividade em outros encontros.
4ª etapa
Apresente a amarelinha africana, explique que neste jogo não se usa a pedrinha, somente o corpo e a marcação do ritmo para saltar.
Retome as brincadeiras de Escravos de Jó feitas na 1ª etapa. Você pode usar a mesma canção para brincar com a esta amarelinha ou use música mecânica (Cd), mas que tenha o ritmo bem marcado, como por exemplo: Cd Pé com pé - Palavra Cantada, Cd Fuá na casa de Cabral / música Pedrinha Miudinha de Mestre Ambrósio.
Também poderá usar um instrumento de percussão ou as palmas para marcar o ritmo, cante uma canção ou uma parlenda já conhecida pelas crianças, assim todos podem participar.
Desenhe um quadrado e o divida em 4 colunas e 4 linhas. É importante fazer os quadrados pequenos, de acordo com o tamanho dos pés das crianças.
Peça que duas crianças fiquem em lados opostos do grande quadrado, sendo uma em frente à outra. Uma delas deve fazer diversos movimentos, como saltar para frente, para trás ou para os lados, colocando um pé em cada quadrado e seguindo o ritmo do tambor ou das palmas, e o colega deve seguir seus movimentos. A brincadeira termina quando parar a música.
5ª etapa
Apresente o vídeo feito na 2ª etapa, da entrevista com os funcionários e faça alguns questionamentos: Vocês conhecem essas brincadeiras? É possível usar outras partes do corpo para realizar esses movimentos? Essa imagem faz você se lembrar de outras brincadeiras? Podemos inventar uma brincadeira nova? O nosso corpo também pode ser uma pedra? Como faz?
Em seguida, proponha alguns jogos para experimentar o saltar, o rolar, o cair como a pedra das brincadeiras de mãos, lançar-se com diferentes partes do corpo como na brincadeira de jogar pedras no rio. Sugira também algumas construções em grupos, caminhos, castelos com o corpo, formas corporais e exploração do espaço da sala. Forme duplas para brincar de jogo do espelho - uma criança propõe um gesto e a outra imita. Peça que usem o repertório das ações exploradas, e em pequenos grupos criem uma sequência. Apresente as sequências um grupo para outro.
6ª etapa
Retome os grupos e as sequências do encontro anterior. Faça algumas interferências, usando tempos e espaços diferentes, segue algumas sugestões:
1° grupo - fazer a sequência lentamente.
2° grupo - fazer a sequência com mais rapidez.
3° grupo - iniciar a sequência no nível baixo e ir para o alto, ou seja, mexer-se próximo do chão e ir subindo até a linha acima da cabeça.
4° grupo - iniciar a sequência no nível alto e ir para o baixo, iniciar com movimentos acima da linha da cabeça e ir descendo até próximo ao chão.
Converse sobre as impressões das crianças e peça que comentem as apresentações de cada grupo.
7ª etapa
Na roda de conversa, apresente algumas imagens das obras do artista Richard Long e de Amélia Toledo, diga algumas informações sobre a vida e obra destes artistas. Organize as crianças em pequenos grupos, peça que escolham uma das imagens e façam uma releitura com as pedras no chão da sala, isso é, que criem outra imagem a partir dessa. Sugira que experimentem percorrer as linhas e as trajetórias dos desenhos feitos nas releituras, usando diferentes apoios do corpo. É importante dizer às crianças que os apoios são partes do corpo que tocam o chão, e o desafio é usar partes do corpo pouco usuais para o deslocamento, como por exemplo: arrastar-se usando a lateral do corpo, rolar usando os apoios dos pés e das mãos, saltitar num pé só...
8ª etapa
Apresente imagens de cachoeiras, de praia ou obras de artistas que trabalham com o elemento água, como Laura Belém e Laura Vinci. Após a apreciação das obras, converse sobre as experiências de cada um nestes espaços e proponha construções no tanque de areia, como esculturas, túneis, castelos e enterrar parte do corpo.
Retome as experiências na sala e proponha construções destes espaços cênicos com outros objetos: pedrinhas, tecidos, mesas, cadeiras, almofadas, enfim diversos objetos que estiverem disponíveis na sala de aula. Leve também alguns instrumentos musicais, objetos sonoros, bacias com água e jarras para explorar a sonoplastia destes ambientes. Organize as crianças em dois grupos: um grupo irá explorar o espaço cênico e outra fará a sonoplastia deste ambiente.
9ª etapa
Apresente o livro Abrindo Caminhos, de Ana Maria Machado. Nesta história, a autora explora os caminhos de três personagens: Chris (uma referência a Cristóvão Colombo e sua vivência com as florestas), Carlos (que se relaciona com as montanhas de Minas Gerais, o que remete a Carlos Drummond de Andrade), e Tom (pelo mar, é uma referência ao músico Tom Jobim). Explore as ilustrações do livro, converse com as crianças sobre as personagens do livro. Para enriquecer o momento, mostre a música Águas de Março, de Tom Jobim, e trechos do poema Tinha uma pedra no meio do caminho, de Carlos Drummond. Organize as crianças em três grupos, e proponha que cada um construa e percorra diferentes caminhos: pelas águas, pela floresta e pelo mar, explicando que podem criar diversas ações neste percurso. Use alguns materiais para construção dos espaços: tecidos, pedras, almofadas, barbantes, cordas, elásticos, mesas e cadeiras. Finalize com uma apresentação entre os grupos.
10ª etapa
Prepare pedras de gelo coloridas de diferentes tamanhos e formatos, brinque de fazer construções, de passar pelo corpo, de observar as pedras derreterem, de desenhar no chão do pátio, enfim explore de diversas maneiras este objeto. Na sala, diga que experimentem, com movimentos no corpo, as transformações do material: como representar a passagem da água para gelo? E do gelo para água? Brinque de "derreter" e "desmoronar", usando partes do corpo e o corpo todo, e rolar como as pedras e rolar como a água. Em outro momento, dance pelo espaço cantando Pedrinha miudinha (http://www.youtube.com/watch?v=eNdb1csxC8Q). Na pausa, "vire" estátua de gelo, que ora vai derretendo e ora desmoronando.
11ª etapa
Este é um momento importante do projeto, a criação da composição coreográfica. Converse com as crianças sobre todas as etapas do projeto e qual será o produto final.
Faça uma edição das imagens que você coletou e apresente às crianças. Pergunte como podemos construir uma dança. Procure saber qual a ideia que as crianças têm sobre dança e quem já viu um espetáculo. Após este diagnóstico, organize algumas propostas:
A- Leve alguns vídeos de companhias que fazem dança para criança, como Balangandança, Caleidos ou Giz em cena. Converse sobre quais elementos da dança as crianças observaram nos espetáculos: Tem brincadeiras? Quais movimentos vocês viram? Como eles usaram o espaço e os níveis? Todos os bailarinos dançam juntos? Usaram música? Usaram objetos cênicos?
B- Faça uma lista das brincadeiras e sequências realizadas ao longo do projeto. Escolha com as crianças as que mais gostaram. Organize as crianças por grupos de brincadeiras/sequências.
C- Cada grupo vai relembrar a brincadeira e mostrar para os demais. Decida se terá música ao vivo ou de CD. Crie uma transição entre as sequências de cada grupo, ou seja, um grupo poderá sair de cena rolando pelo fundo da sala e o próximo entrar cantando pelas laterais. Outra proposta, entrar em duplas, uma criança de cada lado da sala.
D- Para construir o cenário, use as fotos e o vídeo. Como o tema do projeto são os elementos pedra e água, construa uma cachoeira com papel crepom e tule branco. As crianças podem pintar ondas, peixes para compor o cenário fundo do mar.
Produto final
Para que a construção da dança possa ser compartilhada com outras crianças e adultos, organize uma data para a apresentação e faça os convites.
Avaliação
Um entendimento possível para o conceito de avaliação na Educação Infantil diz respeito ao ato de significar, observar a criança e reorganizar as propostas e os ambientes a partir dessa observação. Isso serve para depois propor novos desafios, atitude constante ao longo do projeto.
Também estabelecemos alguns objetivos, ou seja, o que queríamos que as crianças aprendessem ao longo do seu desenvolvimento. Note, então, como foram trabalhados estes aspectos e de que maneira podemos perceber as aprendizagens, levando em conta os seguintes critérios:
1) Participação e envolvimento nas propostas.
2) Pesquisa sobre brincadeiras e a história dos funcionários da creche, reconhecendo que são detentores de conhecimento e estabelecendo uma nova relação de aprendizagem e vivências com eles.
3) Procedimentos para elaboração de vídeo, enriquecendo a observação e o reconhecimento dos movimentos presentes nas brincadeiras pesquisadas.
4) E se aprenderam a expressar e comunicar suas ideias e emoções por meio da linguagem da dança.
Objetivos
- Ampliar o repertório de brincadeiras tradicionais e jogos de criação em dança;
- Pesquisar entre os adultos que trabalham na creche (ou na escola) brincadeiras com pedras por meio de entrevistas;
- Aprender a fazer registro audiovisual;
- Conhecer diversas brincadeiras e transformá-las em dança;
- Conhecer um grupo de artistas contemporâneos que usam pedras e água em suas obras;
- Explorar as formas corporais, o volume, as direções, os caminhos e as trajetórias no espaço a partir das imagens das obras de arte e dos elementos água e pedra;
- Construir uma dança a partir das brincadeiras com as pedras.
Conteúdos
- Pesquisa sobre brincadeiras;
- Elementos da dança: os espaços cênicos, as trajetórias espaciais, a construção de formas corporais e as ações corporais;
- criação e composição de gestos e movimentos expressivos;
- contato com alguns artistas contemporâneos.
Faixa etária
5 a 7 anos.
Tempo estimado
4 a 6 meses, com uma atividade semanal.
Material necessário
- pedrinhas de diferentes tamanhos e cores.
- máquina fotográfica digital com câmera de vídeo.
- aparelho de som.
- computador com um programa de edição de vídeo.
- CDs com músicas diversas (tanto para dançar quanto aquelas mais tranquilas, para relaxamento).
- música Pedrinha Miudinha, de Mestre Ambrósio, no CD Fuá na Casa de Cabral.
- música Pé com pé, de Palavra Cantada.
- música Cello Suites, de Bach, com o violoncelista Yo Yo Ma.
- Som da Chuva - Para Dormir e Relaxar.
- imagens com algumas obras dos artistas: Richard Long, Lygia Clark, Amélia Toledo, Laura Belém e Laura Vinci.
Sugestões links para pesquisa sobre os artistas/obras:
https://sites.google.com/site/landandart/artists/escultor/richard-long-1http://www.pacodasartes.org.br/exposicao/assimeselheparece.aspx
http://anaviaja.blogspot.com.br/2010/11/agua-na-oca-boa-praca-laura-vinci.html
http://www.lygiaclark.org.br/biografiaPT.asphttp://www.itaucultural.org.br/aplicexternas/enciclopedia_ic/index.cfm?fuseaction=artistas_biografia&cd_verbete=2566
- livro Das viagens do Juca pela natureza, Amélia Toledo. Editora Iluminuras, 2008.
- imagens (em fotos ou em vídeo) de cachoeiras ou de rios
- barbantes, elásticos, tecidos, almofadas
- instrumentos musicais e objetos sonoros que remetam aos sons de água, floresta e pedras rolando.
Desenvolvimento
1ª etapa
Leve algumas pedrinhas para a sala, converse com as crianças sobre quais brincadeiras elas conhecem com esse elemento, como amarelinhas, 5 pedrinhas ou 5 Marias. Apresente a brincadeira Escravos de Jó, da forma tradicional como se brinca, e também proponha outras formas de brincar, como em roda (todos de mãos dadas, pulando e se movimentando coletivamente, conforme a letra da música) e como brincadeira de mão (em que os participantes batem suas mãos na do colega, respeitando algum ritmo e ordem dos movimentos). Depois, peça para as crianças trazerem pedrinhas de casa - elas ficarão em uma caixa na escola.
E atenção: registre com fotos e pequenos vídeos todas as etapas, desde esta primeira. Isso vai ser útil para analisar o processo e também para colaborar para a construção da coreografia que finaliza o projeto.
2ª etapa
Inicie a atividade com uma roda de conversa. Nela, cada um poderá contar a história da pedrinha que trouxe. Em seguida, desenhe algumas amarelinhas no chão do pátio e mostre cada uma delas, ensinando suas regras. As crianças devem passar por cada uma delas e depois podem escolher a que mais gostou para jogar, usando as pedrinhas trazidas.
Oriente que as crianças perguntem aos funcionários da creche (ou escola) sobre as suas brincadeiras de infância, e em quais delas utilizaram pedras.
Para isso, organize as crianças em pequenos grupos e construa um roteiro para as entrevistas, com itens como:
- nome da pessoa entrevistada;
- o local onde morou;
- se brincou com pedras;
- quais brincadeiras conhece;
- com quem brincava;
- como era a brincadeira.
Explique que os grupos vão se revezar para usar o equipamento de filmagem, e explique o seu funcionamento. Distribua tarefas dentro dos grupos. Em paralelo, selecione os entrevistados e organize as conversas em horários fora da atividade de dança.
3ª etapa
Neste momento, a intenção é que as crianças brinquem com as pedrinhas sobre o corpo.
Para criar um clima de relaxamento, coloque músicas tranquilas e converse calmamente.
Cada criança deve escolher uma pedra na caixa e fazer uma massagem nos pés: em pé, diga que soltem o peso do corpo sobre a pedra, abrindo as articulações dos pés e dos dedos. A seguir, proponha que caminhem transportando e equilibrando as pedras em diferentes partes. Coloque uma música mais estimulante e transforme a caminhada numa dança com as pedras em que seja desejável variar o uso do espaço da sala, ora explorando toda sua área, ora dançando no mesmo lugar. Sugira que façam movimentos nos níveis: alto (acima da linha do ombro), médio (próximo a altura da cintura) e baixo (abaixo dos joelhos).
Finalize o encontro propondo um relaxamento: usando pedrinhas, um sobre o corpo do outro, diga que façam pequenos caminhos sobre os ossos e movimentos com toque sutis. Esta é uma atividade que requer muita concentração, percepção corporal e cuidado com o corpo do outro. Por isso, converse com as crianças sobre as sensações corporais e repita esta atividade em outros encontros.
4ª etapa
Apresente a amarelinha africana, explique que neste jogo não se usa a pedrinha, somente o corpo e a marcação do ritmo para saltar.
Retome as brincadeiras de Escravos de Jó feitas na 1ª etapa. Você pode usar a mesma canção para brincar com a esta amarelinha ou use música mecânica (Cd), mas que tenha o ritmo bem marcado, como por exemplo: Cd Pé com pé - Palavra Cantada, Cd Fuá na casa de Cabral / música Pedrinha Miudinha de Mestre Ambrósio.
Também poderá usar um instrumento de percussão ou as palmas para marcar o ritmo, cante uma canção ou uma parlenda já conhecida pelas crianças, assim todos podem participar.
Desenhe um quadrado e o divida em 4 colunas e 4 linhas. É importante fazer os quadrados pequenos, de acordo com o tamanho dos pés das crianças.
Peça que duas crianças fiquem em lados opostos do grande quadrado, sendo uma em frente à outra. Uma delas deve fazer diversos movimentos, como saltar para frente, para trás ou para os lados, colocando um pé em cada quadrado e seguindo o ritmo do tambor ou das palmas, e o colega deve seguir seus movimentos. A brincadeira termina quando parar a música.
5ª etapa
Apresente o vídeo feito na 2ª etapa, da entrevista com os funcionários e faça alguns questionamentos: Vocês conhecem essas brincadeiras? É possível usar outras partes do corpo para realizar esses movimentos? Essa imagem faz você se lembrar de outras brincadeiras? Podemos inventar uma brincadeira nova? O nosso corpo também pode ser uma pedra? Como faz?
Em seguida, proponha alguns jogos para experimentar o saltar, o rolar, o cair como a pedra das brincadeiras de mãos, lançar-se com diferentes partes do corpo como na brincadeira de jogar pedras no rio. Sugira também algumas construções em grupos, caminhos, castelos com o corpo, formas corporais e exploração do espaço da sala. Forme duplas para brincar de jogo do espelho - uma criança propõe um gesto e a outra imita. Peça que usem o repertório das ações exploradas, e em pequenos grupos criem uma sequência. Apresente as sequências um grupo para outro.
6ª etapa
Retome os grupos e as sequências do encontro anterior. Faça algumas interferências, usando tempos e espaços diferentes, segue algumas sugestões:
1° grupo - fazer a sequência lentamente.
2° grupo - fazer a sequência com mais rapidez.
3° grupo - iniciar a sequência no nível baixo e ir para o alto, ou seja, mexer-se próximo do chão e ir subindo até a linha acima da cabeça.
4° grupo - iniciar a sequência no nível alto e ir para o baixo, iniciar com movimentos acima da linha da cabeça e ir descendo até próximo ao chão.
Converse sobre as impressões das crianças e peça que comentem as apresentações de cada grupo.
7ª etapa
Na roda de conversa, apresente algumas imagens das obras do artista Richard Long e de Amélia Toledo, diga algumas informações sobre a vida e obra destes artistas. Organize as crianças em pequenos grupos, peça que escolham uma das imagens e façam uma releitura com as pedras no chão da sala, isso é, que criem outra imagem a partir dessa. Sugira que experimentem percorrer as linhas e as trajetórias dos desenhos feitos nas releituras, usando diferentes apoios do corpo. É importante dizer às crianças que os apoios são partes do corpo que tocam o chão, e o desafio é usar partes do corpo pouco usuais para o deslocamento, como por exemplo: arrastar-se usando a lateral do corpo, rolar usando os apoios dos pés e das mãos, saltitar num pé só...
8ª etapa
Apresente imagens de cachoeiras, de praia ou obras de artistas que trabalham com o elemento água, como Laura Belém e Laura Vinci. Após a apreciação das obras, converse sobre as experiências de cada um nestes espaços e proponha construções no tanque de areia, como esculturas, túneis, castelos e enterrar parte do corpo.
Retome as experiências na sala e proponha construções destes espaços cênicos com outros objetos: pedrinhas, tecidos, mesas, cadeiras, almofadas, enfim diversos objetos que estiverem disponíveis na sala de aula. Leve também alguns instrumentos musicais, objetos sonoros, bacias com água e jarras para explorar a sonoplastia destes ambientes. Organize as crianças em dois grupos: um grupo irá explorar o espaço cênico e outra fará a sonoplastia deste ambiente.
9ª etapa
Apresente o livro Abrindo Caminhos, de Ana Maria Machado. Nesta história, a autora explora os caminhos de três personagens: Chris (uma referência a Cristóvão Colombo e sua vivência com as florestas), Carlos (que se relaciona com as montanhas de Minas Gerais, o que remete a Carlos Drummond de Andrade), e Tom (pelo mar, é uma referência ao músico Tom Jobim). Explore as ilustrações do livro, converse com as crianças sobre as personagens do livro. Para enriquecer o momento, mostre a música Águas de Março, de Tom Jobim, e trechos do poema Tinha uma pedra no meio do caminho, de Carlos Drummond. Organize as crianças em três grupos, e proponha que cada um construa e percorra diferentes caminhos: pelas águas, pela floresta e pelo mar, explicando que podem criar diversas ações neste percurso. Use alguns materiais para construção dos espaços: tecidos, pedras, almofadas, barbantes, cordas, elásticos, mesas e cadeiras. Finalize com uma apresentação entre os grupos.
10ª etapa
Prepare pedras de gelo coloridas de diferentes tamanhos e formatos, brinque de fazer construções, de passar pelo corpo, de observar as pedras derreterem, de desenhar no chão do pátio, enfim explore de diversas maneiras este objeto. Na sala, diga que experimentem, com movimentos no corpo, as transformações do material: como representar a passagem da água para gelo? E do gelo para água? Brinque de "derreter" e "desmoronar", usando partes do corpo e o corpo todo, e rolar como as pedras e rolar como a água. Em outro momento, dance pelo espaço cantando Pedrinha miudinha (http://www.youtube.com/watch?v=eNdb1csxC8Q). Na pausa, "vire" estátua de gelo, que ora vai derretendo e ora desmoronando.
11ª etapa
Este é um momento importante do projeto, a criação da composição coreográfica. Converse com as crianças sobre todas as etapas do projeto e qual será o produto final.
Faça uma edição das imagens que você coletou e apresente às crianças. Pergunte como podemos construir uma dança. Procure saber qual a ideia que as crianças têm sobre dança e quem já viu um espetáculo. Após este diagnóstico, organize algumas propostas:
A- Leve alguns vídeos de companhias que fazem dança para criança, como Balangandança, Caleidos ou Giz em cena. Converse sobre quais elementos da dança as crianças observaram nos espetáculos: Tem brincadeiras? Quais movimentos vocês viram? Como eles usaram o espaço e os níveis? Todos os bailarinos dançam juntos? Usaram música? Usaram objetos cênicos?
B- Faça uma lista das brincadeiras e sequências realizadas ao longo do projeto. Escolha com as crianças as que mais gostaram. Organize as crianças por grupos de brincadeiras/sequências.
C- Cada grupo vai relembrar a brincadeira e mostrar para os demais. Decida se terá música ao vivo ou de CD. Crie uma transição entre as sequências de cada grupo, ou seja, um grupo poderá sair de cena rolando pelo fundo da sala e o próximo entrar cantando pelas laterais. Outra proposta, entrar em duplas, uma criança de cada lado da sala.
D- Para construir o cenário, use as fotos e o vídeo. Como o tema do projeto são os elementos pedra e água, construa uma cachoeira com papel crepom e tule branco. As crianças podem pintar ondas, peixes para compor o cenário fundo do mar.
Produto final
Para que a construção da dança possa ser compartilhada com outras crianças e adultos, organize uma data para a apresentação e faça os convites.
Avaliação
Um entendimento possível para o conceito de avaliação na Educação Infantil diz respeito ao ato de significar, observar a criança e reorganizar as propostas e os ambientes a partir dessa observação. Isso serve para depois propor novos desafios, atitude constante ao longo do projeto.
Também estabelecemos alguns objetivos, ou seja, o que queríamos que as crianças aprendessem ao longo do seu desenvolvimento. Note, então, como foram trabalhados estes aspectos e de que maneira podemos perceber as aprendizagens, levando em conta os seguintes critérios:
1) Participação e envolvimento nas propostas.
2) Pesquisa sobre brincadeiras e a história dos funcionários da creche, reconhecendo que são detentores de conhecimento e estabelecendo uma nova relação de aprendizagem e vivências com eles.
3) Procedimentos para elaboração de vídeo, enriquecendo a observação e o reconhecimento dos movimentos presentes nas brincadeiras pesquisadas.
4) E se aprenderam a expressar e comunicar suas ideias e emoções por meio da linguagem da dança.
Consultoria Cristina Mara da Silva Corrêa
Professora de Dança Criativa da Creche Pré-Escola Central SAS/USP, na capital paulista.
Professora de Dança Criativa da Creche Pré-Escola Central SAS/USP, na capital paulista.
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